História de Timbó

A história de Timbó começa a partir de uma carta, datada de 1848. Nela, o então diretor da colônia Blumenau, Dr. Hermann Blumenau, descreve sua chegada onde hoje é o marco zero do município – na confluência dos rios Benedito e Cedro: “Ao chegar pela primeira vez a esta região, subindo de canoa o Rio Benedito, até o encontro das águas de dois rios, avistei uma paisagem exuberante, porém, não desembarquei, nem construí nada naquele momento, mas já enxerguei o potencial de colonização que há naquele lugar”, disse na carta.

Os rios:

O município de Timbó é cortado por dois importantes rios, que se encontram no Centro da cidade. O Rio Benedito nasce no município de Doutor Pedrinho, na divisa com Rio Negrinho. O nome provém do latim “bennedicto” (o abençoado), em alusão à sua grande biodiversidade. O Rio dos Cedros, que nasce na região da divisa do município de Rio dos Cedros com Jaraguá do Sul, e recebe este nome por causa de suas margens ricas em árvores de “cedro” – madeira nobre e muito requisitada na época.

Capela protestante do povoado Rio Ada, no município de Timbó (SC) – 1953

Os desbravadores

A colonização de Timbó inicia-se de fato por volta do ano de 1867, na região da localidade conhecida atualmente como Mulde (“vale” em alemão). Os primeiros imigrantes vieram da Alemanha e subiram o ribeirão que recebe o mesmo nome do local. Eles buscavam terras para se assentar e cultivar sua lavoura. Nos anos seguintes vieram também os imigrantes italianos, cujos descendentes, atualmente, correspondem a pelo menos um terço da população.

Diante dos desafios do caminho, os imigrantes começaram a se espalhar para outras direções, formando o que veio a ser mais tarde o Bairro São Roque e a localidade de Cedrinho, Margem Esquerda. Essas duas regiões não foram escolhidas por acaso. Elas tinham algo em especial aos que passavam margeando o Rio Itajaí-Açu. Pois, avistavam ao longe uma montanha, que chamaram de “schweiz”, que significa “Suíça”, uma alusão aos alpes suíços. Depois, ela recebeu o nome de “Blauer Berg” e mais tarde, na tradução livre do alemão para o português, ficou conhecida como Morro Azul.

No ano de 1869 chega a Timbó, na região central da cidade, o imigrante alemão Frederico Donner. Jovem, movido pelo entusiasmo de desbravar novas terras, logo abriu em sua casa um comercial de secos e molhados, e começou a trazer mais imigrantes, sempre escolhidos a partir de seus ofícios na antiga pátria, como marceneiro, construtor, ferreiro entre outros profissionais.

Frederico Donner traz junto sua esposa, Ernista Donner (nascida Spiess). Logo ela fica muito conhecida na comunidade pela forma como ajudava as pessoas. Ernestina era conhecedora de técnicas para curar pessoas de picada de cobras e outros animais, entretanto, ela falece precocemente vítima de problemas num parto.

Frederico Donner, então, casa-se novamente e tem sua segunda núpcias, com Clara Donner (nascida Freygang). Clara era uma mulher destemida e muito afrente de sua época. Aprendeu com a falecida Ernestina a trabalhar com ferimentos causados por cobras e pela mata, porém, se destacou, incrivelmente, na política.

Ela também promoveu inúmeros eventos políticos a fim de trazer recursos para Timbó. Foi num desses eventos que Clara e Frederico realizaram que conseguiram recursos para a construção de duas grandes e importantes pontes para timbó. Elas ligariam o centro da vila às outras margens: a Ponte Walter Mueller, sobre o Rio Benedito e a Ponte Frederico Donner, sobre o Rio dos Cedros.

Frederico Donner, por sua vez, obteve grande influência na pequena vila. Por causa da instalação do seu comércio, sua proximidade com os demais colonizadores que vinham chegando à Timbó, e o laço forte com sua esposa Clara, que se destacava como mulher atuante na sociedade da época, Frederico Donner foi designado como fundador do município.

Após a fundação de Timbó, ocorrida no dia 12 de outubro de 1869, começou o processo desenvolvimentista no município de Timbó, com a construção de igreja, cemitério, casas de comércio, estradas e picadões.

Com o passar dos anos e com a força dos seus colonizadores, Timbó começou a se desenvolver industrialmente. O principal marco deste período foi a instalação da atafona da família Benz. O empreendimento foi construído por Christian Benz, e ao lado ele ergueu uma represa em arcos que, hoje, é um dos principais cartões postais de Timbó, e integra o atual Complexo Turístico Jardim do Imigrante.

A partir deste momento Timbó começa a ganhar novos rumos. Movimentos pedindo a emancipação do município, que na época pertencia a Blumenau, começam a eclodir na pequena vila.

Foi quando um jovem, junto com seu irmão começam a desbravar seus sonhos. Fritz e Hans Lorenz iniciam uma investida industrial em Timbó, abrindo atafonas pela região e posteriormente formando um grande conglomerado de indústrias. A partir da posse de Fritz Lorenz à frente dos negócios, são iniciados os trabalhos na Indústria e Comércio em Geral Lorenz, detentora da marca “URU”. Este conglomerado, que era formado por madeireira, transportadora, siderúrgica e frigorifico teve um sucesso meteórico. Inclusive, o grupo foi destaque nacional pela grandiosidade de seu matadouro, que chegou a ser o maior frigorífico da América Latina.

Influências da 2ª Grande Guerra

Nos anos sombrios da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), Timbó enfrentou grandes desafios. Um deles foi a proibição de falar a língua alemã em locais públicos, majoritariamente, predominante na época. Foram anos de repressão e muita angústia para a população da pequena, mas pujante Timbó.

Pessoas com mais idade tiveram que ficar literalmente caladas, já que nunca haviam aprendido a falar a língua portuguesa. Se fossem pegos falando o alemão, o risco de ser denunciado e perseguido era muito grande.

Como em todo processo desenvolvimentista há erros e acertos. Mas, em tempos de guerra, algumas atitudes podem ser ainda mais condenáveis. Infelizmente, assim foi em Timbó. Naquela época alguns habitantes da pacata cidade fundaram e frequentaram células do partido nazista e integralista. Este movimento fez parte da nossa história, com a realização de desfiles com símbolos nazistas pelas ruas do Centro da cidade.

A emancipação

No ano de 1934, no 25° dia do mês de março, Timbó se emancipa de Blumenau. O município se torna livre para andar com suas próprias pernas. Nosso primeiro prefeito foi o interventor Capitão Ernesto João Nunes, designado para o cargo pelo então governador do Estado de Santa Catarina, Aristiliano Ramos. Sua tarefa foi a de instalar, organizar e administrar o recém-formado município. As administrações que vieram posteriormente também foram deixando inúmeras marcas e legados.

Como acontece com a maioria dos outros munícipios pertencentes à antiga colônia de Blumenau, Timbó tem inúmeras cicatrizes. Uma delas, se não a mais marcante é a causada pelas enchentes. O primeiro registro de enchente no município de Timbó foi feito em 1888, quando na ocasião, o Rio Benedito chegou ao seu nível máximo até hoje registrado, a marca de 10 metros, quase batida nos anos de 2011 e 2014. Também não podemos deixar de lembrar das enchentes de 1983, 1984, 1992, 2008 e 2021.

Desenvolvimento Urbano

O desenvolvimento urbano acontece a partir da década de 60, quando, após o município de Rio dos Cedros emancipar-se de Timbó, volta-se os olhares para as comemorações do centenário de fundação, que ocorreria ano de 1969. Para marcar aquele grande festejo, foi inaugurado o Pavilhão de Eventos Henry Paul e o Bosque da Saudade.

A partir deste momento, a urbanização se ramifica com mais voracidade, e o ar de cidade rural começa a deixar de existir. Timbó ganha cara de centro urbano com a criação de parques, praças, rodoviária, restaurantes, novas pontes e estradas, formando um conjunto de obras de vultuosa infraestrutura para a época.

Histórico

Em Santa Catarina, no Sul do Brasil, encontramos uma cidade que, apesar de pequena – 45.703 habitantes conforme censo de 2021 e 47.624 conforme levantamento atualizado da Prefeitura, no mesmo ano, através dos Agentes de Saúde – é conhecida como a Pérola do Vale, por sua riqueza, beleza e qualidade de vida. Estamos falando de Timbó.

Cidade com raízes na cultura europeia (germânica e italiana) localizada no Vale Europeu, Timbó possui uma área territorial total de 161 km², sendo 38,71 km² de área urbana. Neste belo município, pode-se observar rios de águas limpas e encantar-se com o verde exuberante. Ouvir o canto dos pássaros da mata nativa que cerca a região. Você pode observar ainda o contraste da arquitetura e o colorido dos jardins. Servir-se de comida e bebida farta e com qualidade.

Timbó é classificada pela ONU como a 10ª melhor cidade do país para morar. Economicamente, ocupa o 14º posto de arrecadação do estado de Santa Catarina. O índice de analfabetismo é de apenas 1,9%, sendo Timbó, em nível estadual, a 3ª cidade em qualidade de ensino.

A herança dos imigrantes está presente na organização, na força do trabalho, na indústria, na limpeza das ruas, no cuidado com as casas e jardins, na hospitalidade e na simpatia do povo. Apesar da cidade ter um apego à tradição, isto não impede a adaptação aos novos tempos, promovendo o desenvolvimento tecnológico, com melhorias em todas as áreas: um perfeito equilíbrio entre o fazer artesanal e a manufatura mecanizada. Atualmente, Timbó atrai pessoas de todo o país em busca de um bom lugar para viver, trabalhar e sonhar.